‘Teatro Breve de Garcia Lorca’ estreia temporada no Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro

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Teatro Breve de Garcia Lorca‘, do dramaturgo e poeta espanhol Federico Garcia Lorca, produzido pela Cia Noir Sur Blanc, estreia temporada no Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro, para uma curta temporada de 27 de setembro até 7 de outubro.

Com direção de Brigitte Bentolila (‘Hamlet é Negro’ e ‘Os Negros’), francesa domiciliada no Brasil, traz em seu elenco os atores Paulo Guidelly (‘Noites do Vidigal’ e ‘Elza Soares – A Mulher do Fim do Mundo’) e Vanessa Pascale (‘Anônimas’, ‘Medea en Promenade’ e ‘Feira de Humor’).

O Teatro Breve de Garcia Lorca é composto por três peças: ‘O Passeio de Buster Keaton’; ‘A Donzela, o Marinheiro e o Estudante’ e ‘Quimera‘ que são levadas em cena com poesia, dança e música. O espetáculo pode ser entendido e apreendido de forma quase muda. Percebido através do corpo e do gesto, feito de imagens, ruídos e sensações, escrito e desenhado no espírito de juventude que desperta um olhar sobre a vida. Sua leveza é poética e profunda, onde a palavra surge a partir da rara necessidade – diz a diretora.

Lorca foi poeta, pintor e músico. Criado por Lorca na década de 30, ‘La Barraca‘, cuja tradução do espanhol, significa “tenda”, foi um lugar de encontro de pintores, bailarinos, comediantes, músicos, entre outros artistas que fomentavam o debate e as experimentações artísticas da época. Em Teatro Breve, ele fala desse encontro feliz de todas as artes reunidas em uma só: o Teatro.

“Eu estou muito ansioso, pois é uma responsabilidade grandiosa fazer no teatro obras de Frederico Garcia Lorca e substituir o grande ator que foi Antônio Manso. Esse espetáculo é uma homenagem a ele. Não vou ser pretensioso de dizer que tudo que eu levo em cena partiu somente da minha intuição de ator, ele é minha grande inspiração. Somos atores de geração e formação bem diferentes. O espetáculo não será eu imitando o Antônio. De fato ele é o meu ponto de partida, meu anjo da guarda”, conta Paulo Guidelly sobre a importância do papel que foi vivido posteriormente por Antônio Manso.

O cinema mudo de Buster Keaton, em Nova York, o amor da Donzela para o Marinheiro; o Estudante na Espanha; o pai que deixa filhos e mulher, em casa, na Andaluzia são histórias simples e curtas, com imagens leves e alegres, tristes e profundas, amargas e doces que se provocam, se interpelam.

Vanessa Pascale soube dos testes para a peça por intermédio de uma amiga. Ela, que recentemente viveu Manu em ‘Malhação: Vidas Brasileiras‘, estrela, ao lado de Paulo Guidelly o espetáculo.

O processo é muito intenso e rico! Há dança, poesia, cinema e culturas variadas. Viajamos no tempo e no espaço. O Paulo é um presente, um ator habilidoso, com percepção refinada e gentil. É um trabalho de muita sensibilidade. A Brigitte, nossa diretora, é admirável, inteligentíssima, pragmática, generosa e também nos dá liberdade para criar junto“, diz Vanessa Pascale sobre o processo de criação do espetáculo.

O desejo, a sexualidade e a homossexualidade afloram de forma sutil, porém violenta na obra do poeta. Lorca foi assassinado em plena guerra civil espanhola por causa das suas opções de vida e de arte. Teatro singelo e singular, diferente das obras antológicas do Teatro mais reconhecido de Lorca, como ‘A Casa de Bernarda Alba’, ‘Bodas de Sangue’ ou ‘Yerma’. ‘Teatro Breve’ se destaca nas Obras Completas de Lorca. Essa peça foi escrita em Nova York em plena crise mundial em 1929 e ressoa de uma forma atual, moderna e contemporânea”, finaliza a diretora Brigitte.

Teatro Breve de Garcia Lorca
Temporada de 27 de setembro até 7 de outubro
Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338 – Largo do Machado.
Tel: 2265-9933
140 lugares
Apresentações: Quinta a Sábado às 20h e Domingos às 19h.
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Ingresso: R$ 30,00

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